Parelha de idosos adapta coche com leito, fogão e pia para viajar pelo Litoral; veja vídeo

Foi sobre quatro rodas que Marisa Solange Colvara de Souza, 64 anos, conseguiu realizar já na terceira idade secção do sonho da juventude de ser mochileira. Sempre que provável, a aposentada e o marido, Roberto Colvara de Souza, 66, pegam a estrada em direção ao Litoral. 

O sorte dificilmente é pré-definido, já que as viagens não incluem estadia em hotéis ou pousadas. Isso porque, na secção de trás de uma Doblo adaptada, o parelha tem tudo que precisa para passar dias longe de morada — inclusive leito.

Para quem o observa de fora, fechado, o veículo parece qualquer outro. Mas, ao furar as portas, as adaptações impressionam: no lugar dos bancos traseiros, está uma estrutura de madeira que serve de armário e, à noite, sustenta um colchão. 

Em um esquina, suspensos perto do teto e das aberturas traseiras, há uma pia e um fogão com duas bocas, conectado a um botijão de gás. A estrutura pode ser baixada para que Marisa cozinhe sentada dentro do coche e, depois, Roberto lave a louça.

De pacto com a aposentada, apesar de sempre terem gostado muito de viajar, os dois se casaram muito novos e, logo depois, vieram os quatro filhos. A rotina com a família e o trabalho em Campo Bom fazia com que o parelha só conseguisse visitar o Litoral nos finais de semana. Nessa idade, ficavam hospedados em pousadas.

Investimento de R$ 8 milénio

As aventuras sobre quatro rodas começaram na pandemia, quando ainda tinham um coche generalidade e, mesmo assim, dormiam dentro dele. O dia a dia na viagem envolvia manducar no restaurante que estivesse crédulo e aproveitar o clima mais fresco da praia.

— Depois, compramos um coche maior, mas eu ainda me sentia incomodada porque tinha que cozinhar na rua. Daí compramos essa Doblo e estamos adaptando para nós. Daí tem leito, a pia e o fogão, que a gente levanta e eu cozinho ali. Se estiver chovendo, a gente pode fazer tudo ali dentro. Tem um galeria (secção sem caixas) ali. A gente foi adaptando conforme a nossa premência — explica Marisa, destacando que foram os dois que construíram tudo e que há inclusive um armário para seus temperos.

Nas caixas de madeira ficam os mantimentos e itens pessoais, além das coisas de Luck, o cachorro da raça poodle que tem 13 anos e os acompanha. 

Entre os espaços, também há uma geladeira de caminhão, um vaso sanitário ajustado, uma bateria estacionária onde carregam os celulares e duas cadeiras de fechar. Já no bagageiro extrínseco, carregam a “barraca do banho”, o chuveiro, uma mesa e os travesseiros.

A nossa prioridade era dormir muito, porque dormir grudado não dá. A gente já está junto há 50 anos, não precisa estar grudado. A gente precisa de espaço — brinca Marisa, acrescentando que o investimento no veículo foi de aproximadamente R$ 8 milénio.

Camila Hermes / Agencia RBS
O poodle Luck, 13 anos, é companheiro de viagem do parelha.

Teoria de ir ao Ushuaia

O parelha costuma ir para Imbé, no Litoral Setentrião, porque gosta muito do sítio, mas também circula por outras praias da região quando tem tempo. Ou por outra, já viajaram assim para Santa Catarina e para o Paraná, muito uma vez que para o interno do Rio Grande do Sul e para lagoas

Desta vez, porém, só podiam permanecer poucos dias: chegaram na quinta (23) e voltariam para morada nesta terça-feira (28), pois precisavam cuidar de um dos cinco netos.

Para eles, a maior vantagem de viajar com o coche ajustado é a liberdade de poder mudar de lugar sempre que sentem vontade, sem precisar permanecer presos a um único endereço.

— A gente dorme em um sítio seguro e vai em qualquer lugar para tomar moca, em outro para almoçar, e assim fica pipocando. A gente gosta de tranquilidade, daí vai em um lugar que tem uma sombra boa — relata a aposentada. — Se estiver muito bom, a gente é capaz de passar o dia lá. A gente quer esse fresquinho, essa brisa. No mar, a gente vai muito pouco, mas damos uma marcha de manhã, sentamos para tomar um chimarrão. A gente quer fazer as coisas sem hora.

Roberto concorda que a experiência tem sido muito boa:

— Me sinto no firmamento. Não esperava que ia ser tão bom. Queremos continuar por muito tempo, se a idade permitir. Para o horizonte, nossa teoria é chegar até o Ushuaia, na Argentina, curtir o indiferente lá.

Camila Hermes / Agencia RBS
Carruagem foi ajustado para racontar com fogão e outros itens.

Inspirar outras pessoas

Para compartilhar as aventuras, a dupla criou um perfil no Instagram e um conduto no YouTube. A teoria, conforme a aposentada, é inspirar outras pessoas a irem detrás de seus sonhos, mesmo que não tenham muitos recursos e independentemente da idade.

— É para as pessoas saberem que podem fazer. A gente gasta tão pouco, temos uma programação de gastar uns R$ 200 por semana, mas às vezes a gente não gasta isso. E comemos muito menos cá, porque ficamos indo de um lugar para outro. Em morada, a gente é sedentário. Cá, a gente caminha, é outra vida — aponta Marisa.

Propósito de vida

Alexander Daudt, médico oncologista e coordenador do Meio de Medicina de Estilo de Vida e Longevidade Saudável do Hospital Moinhos de Vento certificado pelo American College of Lifestyle Medicine (ACLM), comenta que a Medicina de Estilo de Vida envolve diversos pilares que se complementam. 

Entre eles, estão o controle do estresse, a prática de atividade física, a manutenção de uma sustento saudável, o sono reparador, a prestígio das conexões afetivas e o controle do uso de substâncias tóxicas, uma vez que o tabaco e o álcool.

Os pilares citados pelo técnico estão, de certa forma, relacionados com as vantagens das viagens citadas pelo parelha. Diante disso, Daudt destaca a atitude de Marisa e Roberto de viver um sonho:

O propósito na nossa vida é muito importante. Entender qual a razão de se levantar de manhã, onde se conecta mais, quais são seus projetos. Viver esse propósito, realizar um sonho é certamente uma particularidade importante da longevidade. E, além de realizar um propósito e um sonho, eles estão conectados nas viagens não só com pessoas e experiências novas, mas também com a natureza.

Renato Lopes é o fundador e autor do blog Ilustra Brasil, um espaço dedicado a compartilhar dicas, inspirações e soluções práticas para transformar casas e jardins em ambientes únicos e acolhedores. Com uma paixão por design, decoração e paisagismo, Renato combina criatividade e conhecimento técnico para ajudar seus leitores a darem vida aos seus projetos. Explore o blog e descubra como deixar sua casa e jardim mais bonitos e funcionais!

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